Por: Eduardo

É uma notícia aparentemente positiva, mas dentro de um quadro bem negativo. Se começarmos a pensar que muitas pessoas não deveriam estar presas, enquanto outras deveriam e não estão, veremos que tragédia é o nosso sistema penal.

É bom ver que o preso pode diminuir sua pena lendo, fazendo resenhas, ocupando seu tempo com coisas úteis. Todas as pessoas cometem erros, então é preciso pensar que a prisão seja não apenas a punição, mas o começo de uma segunda chance, de uma nova vida. Difícil, porque a sociedade desconfia do ex-presidiário. E esse é o caminho mais curto para a reincidência.

Também temos que lembrar que se o Estado tivesse investido mais em educação e a sociedade oferecido mais alternativas de inclusão, talvez esse sujeito não estivesse preso. Claro, há a índole. Mas há também as circunstâncias. E as circunstâncias sempre depõem contra quem não tem meios para se defender. Apenas excepcionalmente o rico vai para a cadeia, mesmo que tenha prejudicado muita gente.

Assim sendo, esse projeto é uma gota no oceano. Às vezes se pensa que o preso é que deve ser corrigido, quando o que deve ser corrigido é a política penal e prisional, além de muitos outros aspectos da sociedade. Será mesmo que os crimes que eles cometeram são passíveis de prisão? A prisão vai melhorá-los? E as vítimas, o que o Estado faz por elas?